domingo, 9 de março de 2014

Galliano, um sonho de um segundo.



1 - Ele tá doido pra sentar ao lado dela, mas acho que aconteceu alguma coisa e ela está séria. Um sorrisinho de felicidade se instalou no rosto dele, mas ela não, continua séria, como o mar em uma noite sem vento e nem luar.
2 - Ele olha pelo canto do olho tentando em vão advinhar o que há de errado, e então ele desiste, olha para o caderno sério como se estivesse a ponto de desarmar um bomba-relógio e simplesmente não soubesse como.
3 - Começa a rabiscar qualquer coisa no caderno, lentamente, sem perceber, começa a bater o pé no chão, como um tique nervoso, bem lentamente. Ela nem olha pra ele, fica mexendo no celular, uma mensagem desesperada? Um problema? Quem sabe...
Ele começa a morder a ponta da caneta, dá um risinho fingido como se estivesse prestando atenção na piada sem graça do professor. ele manda uma mensagem pra ela, esperando ansiosamente que ela responda. A resposta chegou. Suas emoções se escondem por trás de um fingido véu de seriedade.
4 - Enfim, não se pode mais descrever o que ele quer, ele acha estar apaixonado, mas nem ele sabe, nem ela sabe, ninguém sabe de nada. Só se sabe dizer que este não é mais um fim estrambólico ou um marco histórico na vida dos dois, é só um fim de uma observadora, de uma pessoa qualquer que deseja que o dia acabe silencioso e recatado, desejando que o amanhã seja um daqueles dias em que sua vida irá virar de cabeça pra baixo - no bom sentido, claro - que uma boa notícia venha e devaste todo o mundo das idéias tão parado, tão sórdido e pesado. Todos só desejam isso.

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