segunda-feira, 20 de julho de 2015

Senti Tua Falta


(Você pode e deve ler este texto ouvindo Esteban - Segunda-Feira)

Senta aqui, pode vir um pouco mais perto por favor? Chega mais que eu senti falta do teu cheiro, desse cheiro leve do teu cabelo que se espalha pelo teu cangote, bem ali onde eu fiz morada na última vez que te vi.
Pode vir mais aqui, encosta em mim, por favor, deixa eu ver de perto essas cores que pintam os teus olhos morenos.
Meu bem, você fez falta.
Não vai assim, não vai sem mim, e se for, me leva com você, por que pra onde teus passos te levarem, eu te sigo, te acompanho.
Não vai mais assim, me deixando aqui, vendo navios, sem saber que horas são, que dia é, e o que eu to fazendo de mim sem você aqui.
Esses últimos dias, tudo o que eu queria era puxar esse teu cabelo cheiroso, te abraçar forte, te sufocar no meu colo, e dizer: "Que saudade."
Já é difícil te deixar, por que antes mesmo de ir eu já desisto de partir, por que eu vou sentir tua falta no segundo que teu rosto escapar da minha vista, imagine só, você que some assim, me deixa aqui.
Ai não, pode chegar mais perto, que esse filme vai ser longo e eu vou te abraçar o tempo inteiro. Talvez eu te beije hora ou outra, talvez eu te beije o tempo todo, talvez nem vejamos esse filme, por que eu já sei de cór o que vai acontecer se a gente se beijar no meio do filme. Desliga essa tevê, tira a roupa, vem aqui e me beija, me deixa te ter, me deixa ter o teu corpo todo, que eu vou te dizer que é tudo meu, mesmo que nem você saiba disso.



Cada pedaço de pele, cada sorriso que escapa desses teus lábios finos, cada suspiro, até os batimentos acelerados no peito, tudo me pertence, então não vai mais embora, não assim. Não some.
Não some por que eu sou tua, e você sabe disso. Se nega em acreditar, ri nervoso, revira o olho, vira as costas, depois volta, me beija, me abraça, me cheira, me tem, me faz esquecer o que eu disse, me faz esquecer até do que eu sou.
Você sabe que me tem. Sabe por que aquele dia na cozinha da minha casa, preparando a janta eu não parava de sorrir pra ti, sabe pela minha paciência em te dizer o que fazer pra me ajudar, mesmo que estivesse mais atrapalhando que outra coisa, sabe por que antes mesmo de terminar de comer aquela gororoba, se levantou e pediu a pizza do meu sabor favorito. Sabe também por que naquele dia que ficou doente eu fui te ver, cuidei de você com remédios, comida decente, colo e uma música em sussurros no ouvido.
É meu nego, deu pra entender do que eu senti falta?
Senti falta de você aqui, ou eu aí. Senti falta do teu chamego bom, do teu cheiro bom, da vida que fica leve só de te ter do lado.
Não vai mais embora assim. Fica aqui, fica comigo, seja meu, por que eu sou tua.

sábado, 18 de julho de 2015

Saber Ir




(Você pode e deve ler este texto ouvindo Tiê - A Noite)

Não adiantava querer, apenas querer nunca seria suficiente. 
Foram anos juntos, abraçados com alma, secretamente amando, secretamente querendo, e quando finalmente te tive, parecia que o sol tinha finalmente nascido na minha vida, e nunca iria anoitecer novamente. Todos os dias eram memórias que eu guardei na minha mente, todos os teus sorrisos, todos os teus olhares, todas as tuas palavras. Tu te tornou protagonista das minhas lembranças favoritas, lembranças que eu jamais irei macular, jamais irei querer apagar.

Eu sei que te tive ali, na minha mente, nos meus sonhos, nos meus melhores e piores dias, me lembrando que um dia eu fui feliz de verdade, mas também me lembrando que nada é pra sempre.
Eu guardei algumas coisas tuas, deixei o tempo fazer uso de algumas e outras permiti que se tornassem novas lembranças para outras pessoas.

Mas não importava, por que você ainda estava ali. Não, você estava em mim. Parte de quem eu era, de quem eu havia me tornado, das minhas qualidades e até alguns defeitos, foi você que me ajudou a construir, foi você que me ajudou a me construir, meu caráter, personalidade e gostos. Você estava tatuado em mim, e eu não te negava, te assumia e me orgulhava.

Mas eu ainda te tinha dentro de mim. Ainda te via e esbarrava nesses caminhos da vida, e sentia o ar escapando, sentia a vida sendo sugada pra fora dos meus pulmões e o tremor característico subindo nas mãos e bambeando as minhas pernas.


Quando você se foi eu não entendi, não quis entender, não quis aceitar, mas você estava sempre certo. Você sabia o que fazia. e faz um tempo que eu entendi, li num desses blogs da vida que amar alguém também é saber a hora de partir, e você soube a hora, soube e não me mostrou. eu tive que aprender sozinha. Não digo que aprendi só agora, não, eu já sabia, só não havia conceituado ainda.

Já te deixei ir, já te permitir partir, e eu já fui, arrumei minhas malas, e botei a chave na estante, bati a porta bem forte, pra ter certeza que ela trancou.

Não se preocupe, se eu te ver na rua agora, eu vou sorrir e querer que a sua vida seja tão boa quanto a que você me contou em segredo uma vez. Eu to bem, eu to fazendo o que quero, carregando meus erros e acertos, e me orgulhando de todos. Sim, eu to amando alguém: eu to ME amando. 

Tem um último segredo que eu descobri e acho que você deve saber, que a vida é uma estrada cheia de névoa, ela te engana as vezes, cheia de miragens, tropeçamos demais, mas quando a névoa estiver se esvaindo aos pouco (e você vai saber), é por que o sol tá nascendo de novo.

quinta-feira, 16 de julho de 2015

Nem 3 Eternidades Seriam Suficientes.

Nenhum espaço de tempo será o suficiente pra passar o tempo que preciso do teu lado.
Se alguém disser que quando estamos com quem a gente ama o tempo passa devagar, não acredite, é mentira.


Nunca é o suficiente.
Nunca é tempo suficiente pra olhar detalhadamente a cor dos teus olhos.
Nunca é tempo suficiente pra tocar tua pele macia e quentinha que me deixa em paz até com os meus piores medos com um toque.
Nunca é tempo suficiente pra gravar teu cheiro, gravar o teu sabor de suor e algum perfume masculino.
Nunca é tempo suficiente pra te beijar e te morder, mesmo que as vezes eu sinta uma vontade imensa de te devorar achando que só assim vou ter o suficiente de você. Sei que não vou.
Nunca é tempo suficiente pra descrever o quanto eu gosto de te ouvir, seja cantando pessimamente ou contando alguma besteira do dia-a-dia.
Nunca vai ser tempo suficiente pra sorrir o suficiente pra mostrar que eu to feliz o suficiente pra te dizer que nenhum tempo é o suficiente quando eu to do teu lado, por que eu sempre vou querer mais de você, meu bem.


Você é uma fonte inesgotável de tudo o que eu quero em alguém, e eu vou te beber por inteiro.
Se eu conseguisse ao menos descrever, tenho certeza que não haveria papel no mundo, e tinta o suficiente pra gravar todas as minhas palavras.
Se eu tivesse que digitar meus dedos logo se tornariam osso e carne expostos pelo uso excessivo e sem intervalo.
Talvez tenha ficado meio estranho, mas nem as palavras são suficientes pra descrever o quanto o tempo não é o suficiente pra passar por tudo o que eu desejo ao teu lado.

quinta-feira, 9 de julho de 2015

Gatilhos Para Mudanças


(Você pode e deve ler este texto ouvindo 4 Non Blonde - What's Up)

Tem muita gente perdida por aí, muitas pessoas andando sem um rumo adequado ou o rumo que quer seguir. E se torna um entra e sai na vida das outras pessoas, causando bagunças ou ajudando, fodendo a mente das pessoas ou salvando elas de suas mentes perturbadas.
Mas o que nos leva a mudar, quem nos tira dessa inércia? Uma terceira pessoa, nós mesmos ou ninguém?

Eu sempre soube da minha mente meio perturbada, sempre soube que sabia lidar com situações estressantes, mas em situações de mínimo pânico eu surtava. Sempre soube que conseguia ajudar um amigo quando precisasse, mas nunca conseguia me ajudar quando eu necessitava, por simplesmente não saber o olhar meu problema de fora, ou ter uma reação muito mais intensa do que realmente era necessário.

Mas o mundo tá assim, né?
Exageros, dramas, decisões...
Mas eu sempre me achei muito perdida no meio disso tudo, perdida em amizades, relacionamentos, vontades, e mais vontades, mas nenhuma ação, e isso me estressava tão terrivelmente, por que eu achava que não saía do lugar. Achava que pra conseguir algo tinha que fazer algo, algo como aqueles ao meu redor conquistavam. Não entendia que cada um tinha seu tempo, sua cronologia, sua ordem de ação. Só queria. Queria viver logo!

Até que um dia vem o tapa na cara. Sim, todo mundo precisa de um tapa na cara, aquele gatilho (gatilho) que vai disparar no teu ouvido, e vais enxergar as coisas como realmente são, o que se passa realmente na sua frente e talvez, dependendo do seu tempo e capacidade de processamento de informação, o que você deve fazer.


Não, a grande mudança da vida não tá em ações, não tá naquela mudança radical de país, não tá naquele casamento inesperado, nem na loucura de ter um filho aos 20 anos, desiste, você não vai encontrar sua salvação saindo da sua casa do nada, sem planejamento, sem ordem, só fugindo.
Digo bem aqui pra você, que sua grande mudança tá no seu pensamento.

"Pfff, tudo isso pra falar que eu tenho que mudar meu modo de pensar..."
Parece besteira, clichê de vídeo motivacional de pop-up indesejada, mas é a verdade!

Se a mudança não começar dentro de você, ela não vai começar fora.
Parece besteira, mas definir o que se quer pra vida, definir objetivos pós-faculdade, definir conceitos sobre relacionamentos, definir quem se quer e quem não se quer na sua vida, definir as viagens que quer fazer, planejar e começar a agir pra que aconteça, é definir a sua vida. Ou pelo menos o começo de uma definição, o começo de uma mudança, saindo da inércia, saindo do estado de torpor e agir, ser quem quer ser, ser quem é. 

Pega um papel e caneta, escreve o que tu gosta e o que não gosta, o que quer ter e o que não quer, o que pretende ser lá na frente, tira o que é tóxico, tira o medo, tira o preconceito, tira o pré-julgamento, e descobre quem tu és de verdade, põe na tua frente quem você é realmente, muda o que achar que deve mudar, e se não quiser, se orgulha do que é. Mas sem medo, pensa, sente, queira, e seja.

sábado, 4 de julho de 2015

Relicário



Não é como se você tivesse pedido autorização pra entrar. Você só fez. Escancarou a porta, jogou os sapatos no canto da cozinha, me pegou no colo e me levou pro quarto e me fez ali, me moldou e me desfez, arrancou meus padrões, meus medos e requisitos de quem quer que queira entrar por aquela porta.

Você invadiu minha cozinha com toda a sua altura, e ombros largos desajeitados. Tomou todo o leite da geladeira e acabou com meu estoque de cookies. Fingiu que não prestava atenção em mim quando eu surtava, me deu motivos pra gritar mais ainda, me tirou do sério e me tomou nos braços novamente, volta pro quarto.


Não é como se fosse possível resolver tudo com sexo, mas você resolvia, por que você me faz esquecer tudo.


Eu tinha tanto dentro de mim, tantas dúvidas, tantas revelações e vontades de me surgir e emergir, e nas noites calmas, de conversas que realmente importam você só fez meter esse seu dedinho e mexeu tudo dentro do mim, que nem uma criança faz com seu copo de suco. Não sabia que podia admitir isso, mas você me trouxe à tona, me mostrou o que tem de mais no mundo. Coisas simples, cheiros e sabores, texturas e vida.


Todo esse ar que você me faz respirar.


Você me chama de criança, mas é você que tem as ideias mais loucas no meio da noite, é você que quer passear de canoa num lago no meio de uma noite chuvosa. E eu tenho que estar lá. E eu sou tão grata por estar lá. Por poder presenciar tua cara lavada, cabelo colado na testa e riso besta nos lábios. Esses momentos me trazem felicidade.



Sou grata por tudo. Por ter você até nos momentos de explosão nuclear, eu seguro tua mão até quando você não quer. Se lembra daquele dia, você estava com tanta raiva que quebrou um copo na sua mão por apertar com muita força? Eu esqueci o motivo da briga no instante que vi o sangue escorrendo. Você não pode sangrar, não pode se corromper, por que eu sempre vou querer te curar, te juntar e te guardar em mim, eu te segurei forte no meio dos meus peitos naquela noite e disse pra nunca mais fazer uma besteira dessas, e você só lambeu a lateral do meu seio, e eu ri.

Se isso é amor eu não sei, mas eu sei que isso é companheirismo, e eu vim, através desse texto te dizer que, meu bem, eu sou a pessoa mais feliz do mundo por compartilhar cada momento contigo.


Talvez nem sejam todos, mas os mais importantes estão marcados na minha mente como o fogo marca a pele crua.