terça-feira, 23 de junho de 2015

Não Sou o Que Você Quer.

(Você pode e deve ler este texto ouvindo Passenger - Let Her Go)

Desculpa, mas eu não quero você.

Sinto muito, mas eu não sou o que você anda procurando nessas conversas até meia noite pelo celular.
Eu fico conversando com você até duas da manhã se quiser, mensagem, WhatsApp, Skype, Tinder, o que for, mas eu não vou ser o que você procura. Vou te dar aquelas palavras bonitas que você quer ouvir, vou pegar aquela mecha de cabelo caindo no seu rosto e colocar atrás da orelha, e sorrir e dizer que eu queria você bem aí nessa luz bonita que entra pela janela, mas quando me olhar nos olhos, não imagina algo a mais. Por que não é.

Eu tenho andado sozinho há algum tempo, e to bem assim, sabe? Quero levar assim até a dor no peito apertar, e a vontade de sossegar com alguém for bem mais forte que a sensação que vem com  uma simples música bonita no player cantando sobre um casal que quer ser feliz juntos.
Desculpa, mas quando for a hora de dizer Tchau eu não vou dizer: "O problema é eu, não é você.."
Não, vou ser sincero. Na verdade todo esse tempo eu tenho sido, e só você não tem visto. Não viu por que não quis, não ouviu por que não quis.
Eu sei da sua vontade de mergulhar em um relacionamento louco e compartilhar tudo, mas desculpa, garota, eu não sou essa pessoa. Nem vou ser.
É que não tá na minha hora ainda, meu timing não tá no mesmo que o seu. e eu não vou me forçar a fazer algo que você quer, a entrar em um barco que eu não vou ter o controle dos remos e dos destinos por que simplesmente eu não queria estar lá.

Eu vou estar ali quando você precisar, naqueles momentos específicos de carência, vou te abraçar e dizer que vou estar ali até o mundo acabar. Seguro teus cabelos na minhã mão, te puxo, te beijo e sorrio. Mas é só isso. Acaba aí, e você sabe disso, depois eu vou embora, vou pegar as minhas malas e continuar a minha caminhada. Sozinho. Te trago comigo se quiser ser minha amiga, mas como algo a mais nem pense, não vou deixar você vir.


Não diga que eu sou vazio, eu to bem cheio de mim que to quase vomitando. Se quiser falar mal de mim pelas costas, fala, se quiser chorar por eu não ser o e te dar o que quer, chora. Não digo que não fui feito pra essas coisas de amar, nem pra ficar sozinho, ninguém é! Mas é que tem momentos que se precisa estar sozinho, pra se descobrir, se integrar e se montar, assim eu me preparo, pra quando chegar a minha hora de carregar essa felicidade que é compartilhar a vida com alguém.

Eu disse, eu tenho estado sozinho há muito tempo. Desculpa falar isso, mas não é você que vai mudar isso.

sábado, 20 de junho de 2015

Everlasting Light





(Você pode e deve ler este texto ouvindo Everlasting Light - The Black Keys)

Você me pede baixinho "Se afasta", em silêncio teu olhar suplica um "Não tenho nada pra você", e eu sei de tudo isso, sei dessa verdade, mas é difícil, te deixar é sempre uma dor, sempre uma dor olhar bem fundo nas cores castanhas que enfeitam teu rosto, e encontrar ali um brilho momentâneo, brilho que se vai quando você decidir que já chega.

Mas me diz, como te deixar? Como deixar manhãs, tardes e noites de alguém incrustado na pele, tantos dias de risadas e filmes e tudo o mais que nos aprazia fazer em qualquer momento?
Como você deixa tantos assuntos, tanta polêmica, tantas coisas óbvias do tipo "não tem como não dar certo" pra trás? Não dá.

Mas tudo bem, meu bem. O importante é que eu te tive, não importa toda a saudade, não importa o quanto eu necessite olhar nos teus olhos e acabar por dizer que "estamos bem".
Sabemos que não tá, mas tá, né?!

Evitamos mentiras ao máximo, mas uma ou outra não vai deixar de escapar, talvez a pior delas seja apenas uma palavrinha, ou uma frase. Mas tanto faz agora, na hora dói, mas depois passa. Ou não. Não dá pra saber. Nunca vamos poder saber, eu até quis saber o que se passava na tua mente, em cada momento que te abracei e você descansou afundado no meu colo, eu desejei com todas as minhas forças, mas não se pode ter tudo, disso eu sei bem.

Eu quero você e não tenho.


Eu tanto te quis, mas a única coisa que me ocorreu esses dias foi que algo grande aconteceria, crises de ansiedade me fizeram fumar mais que o normal, algo corroía meu peito, e eu só me acalmava quando via você vindo até mim, todo relaxado, sorriso aberto, mãos nos bolsos e um descuido que eu amava com os cabelos bagunçados. Mas o algo grande veio, acompanhado de um sorriso sem graça, um pedido de desculpas esfarrapado e um "não" enfiado no meu peito, uma dor surda, que eu sabia que só seria expressada se desse pra chorar sangue.



Esse teu jeito leve, aberto por fora, mas tão fechado por dentro me atraiu por que eu achei que podia arrancar essa placa de "Atenção" do teu pescoço, e curar o que você escondia, eu quis te dizer baixinho que não haveria a próxima garota na tua vida, por que eu nunca vou desistir de você, eu estou literalmente presa nesse sentimento, mas eu não sou a sua "The One", não importe o quanto eu tente, eu não sou a sua garota, não fui digna de parar na sua peneira de triagem de gente importante, não, eu passei direto.

O pior, é que eu estava ciente de que você iria embora a qualquer momento, não posso nem sofrer por inocência, por ser besta pra você, mas tudo bem, isso passa, você passa.

terça-feira, 2 de junho de 2015

Minha Morena


(Você pode - e deve- ler este texto ouvindo Los Hermanos - Morena)

Eu sabia que estava perdido, sabia que eu caminhava só nesse mundo, como um zumbi ou algo parecido, sempre adormecido, perdendo algo, deixando sentimentos e oportunidades escaparem, tudo isso até que algo aconteceu. Você aconteceu.

Cê me absorveu pela sua pele e me deixou correr nas tuas veias, e eu te respirei, te respirei bem fundo, e senti algo estranho tomando conta de mim, do mesmo modo que teu cheiro me cercou, teu olhar me sentiu, me perseguiu e me prendeu. E mesmo que ainda tivesse a liberdade pra ir, eu só quis ficar, só quis estar ai, solto, dançando nos teus braços, mergulhando no teu hálito, sentindo tua quentura e com a ideia crescente de que aquilo era algo muito maior que eu, muito maior que nós.

Você me teve naquela madrugada quieta, com um violão preto velho, uma garrafa de vinho e pãozinho com manteiga, você me teve quando teus olhos castanhos e cabelo preso no alto da cabeça, dedilhando cordas e cantando músicas aleatórias e a boca com sorriso torto me seguravam ali de maneira curiosa, você me teve naquele piscar apressado que escondia uma pontinha de nervosismo, também me teve quando do nada surgia um assunto aleatório, qualquer besteira da vida vale a pena ser ouvida quando sai da tua boca.

De repente eu não estava tão perdido, ou talvez estivesse, já que você insistiu em dizer que estava perdida também, insistiu em dizer que era fodida da cabeça e que a última coisa que faria nessa vida seria se achar. Mas, meu bem, eu te achei, nesse caminho todo, tantas vielas da vida, eu te achei, e segurei tua mão. Rezo aos céus pra me perder pela vida do teu lado, quero ser fodido da cabeça e compartilhar isso contigo, contar e reviver tudo de novo com os teus lábios vermelhos daquele batom e mais um tico do teu vinho favorito, e teus olhos grandes castanhos e cabelo bagunçado pouco se importando pra onde vai ou deixa de ir.

Eu te quis e ainda quero de todas as maneira, todas as semanas, em todas as causas e consequências que estão por vir, eu te prometi em meio a confissões -naquela madrugada mesmo- que eu iria estar do teu lado, nos teus bons e maus momentos, eu me quis do teu lado nesses momentos que passaram, mas eu percebi que eles eram poucos e pequenos perto de tudo o que eu queria te fazer viver comigo, então não me preocupei, eu ainda tinha uma eternidade de caminhos tortos contigo, por que eu não te deixaria ir, nunca mais.