Eu venho tentado há muito tempo escrever um texto sobre fechar certas portas - essa portas são na verdade pessoas, portas que nos leva ao que queremos, desejamos, mas nunca vai ser possível transpor essa porta -, mas eu não consigo botar nada pra fora. Absolutamente nada. Apenas sei que devo fechar uma porta, mas eu enfrento um problema maior, fechá-la, eu não consigo.
Então como escrever mais um dos meus textos que possam inspirar e ajudar alguém, se eu não consigo me inspirar e me ajudar? Difícil.
Então eu me toquei por que não consigo fechá-la, por mais que eu tente. Por que essa porta não quer se fechada! HÁ! É um sujeito X que insiste em empurrar do outro lado, e então algo estalou, ele não quer fechar a porta, mas também não sabe se quer transpô-la.
Então, meus queridos, este texto é sobre a cegueira de determinadas atitudes, sobre a indecisão, sobre o fato de brincar com sentimentos e sobre muitas coisas, que, veja bem, nem eu entendi ainda.
Não vim compartilhar minhas certezas absolutas, mas algumas das minhas dúvidas, e implorar para que o universo se faça presente e mostre para todos nós as suas intenções.
Muitos gostam de ir no meio da chuva e gritar com o céu, pedindo soluções. Eu não posso me dar ao luxo de ir pra chuva, minha imunidade é baixa, então algumas gotinhas e eu já era, gripo a semana toda. Quando eu quero questionar algo sobre determinados acontecimentos, eu vou até o meu quintal, e olho para as estrelas, e aí sim, eu grito (haha), brincadeira eu não grito, mas me desfaço em lágrimas e questiono Deus, o universo e o Deus do destino sobre suas intenções, é comum para todos estes momentos, de se questionar também. Mas a questão é, eles nos escutam? eu acho que algumas vezes não, por que só desenrola mais confusões.
Muito bem, focando. Me dei conta do que acontecia há muito tempo apenas hoje, e depois ao ouvir minhas músicas, que sempre me ajudam e me dão belíssimos conselhos, ouvi o determinado trecho:
O que está acontecendo? Eu estava em paz quando você chegou
O que você está dizendo? Milhões de frases sem nenhuma cor
Sim, é Relicário do Nando Reis, eu nem dava muita atenção para esta música, mas ela me ofereceu exatamente o que eu estava procurando naquele momento. e foi este esclarecimento, de que talvez eu não consiga me afastar, por simplesmente não ser devidamente afastada.
Talvez o maior problema de situações assim seja o fato de que o sujeito X que está do outro lado, empurrando a nossa porta seja ridiculamente tosco, insistente e cego. Cego por não perceber que suas atitudes machucam, confundem e ao mesmo tempo, dão esperanças. É ridiculamente tosco, e ridiculamente verdade. E então, o que nos resta fazer? Sentar e esperar? Sentar e querer que tudo exploda? Eu particularmente, gostaria de que o fim do mundo chegasse logo, para que houvesse a renovação da raça humana, mas isso vai demorar um pouco.
É, mesmo com tentativas frustradas de extrair alguma pouca verdade daqueles lábios, e exigir que se defina, o esforço desgastante, não vale a pena para a burrice masculina. tsc, tsc, tsc.
Essas indecisões, espero que mais ninguém tenha de passar, pois se tem coisa pior que nossas indecisões, é ter de se submeter as indecisões do outro. Ter de passar por isso, instala no peito de forma quase permanente uma tristeza, uma certa aflição por não saber qual será a próxima atitude, será belas palavras com olhares de promessas? Ou será um olhar misto de confusão e não-querer ou não-entender e um abismo sem palavras?
É, mais difícil ainda de entender.
Sentimentos. pfff, quase desisto deles, mas se não fosse por determinados olhos negros e o meu delicioso masoquismo em tentar extrair uma expressão feliz daquele rosto sério -veja bem, ainda me assumo, mártir!- eu já haveria de ter me declarado livre de sentimentos, e com aquela porta, a mais pesada que eu já encontrei, fechada.
Aqui vocês podem ouvir Relicário e "Feel my pain, bro.."