Cigarrilha

Ela mal havia apagado a bituca do cigarro e sua mão já tateava a carteira de fumo no seu bolso, quando se tocou do que fazia parou e pensou, peso na consciência garota?! Hmm, resolveu sentar num boteco e pensou em pedir uma cerveja, hmm, cerveja era pra grupos de amigos, olhou pra garçonete e falou: "Me vê uma dose de whisky."
Mal percebeu que outro cigarro se encontrava em sua boca já, maldito hábito, olhou pra mesa na sua frente, um casalzinho cheio de chamegos e beijos e carinhos. 
"Argh!" 
Bateu uma vontade de vomitar... resolveu olhar para o outro lado, casais por toda parte.
"O que eu to fazendo aqui mesmo?" 
Se levantou e saiu do boteco, começou a andar sozinha, fumando seu cigarrinho.
Apenas uma palavra descreveria aquela mulher: Sozinha. Nunca se sentiu mais sozinha do que nunca, e a pergunta é, como ela foi ficar assim?!
Sentimento de vazio, vontade de só sair andando, vontade de beijar e de amar e nada, simplesmente nada, ahh destino, ahh vida, gosta de brincar né?!
Aparece alguém, dá corda, anima, incita e excita, e depois vem o vazio, o nada, o magnifico "Foi mal, é que eu já tenho alguém!" e o estrondosamente ridículo "Hmm, a gente marca de sair outro dia, que tal?" 
É minha preta, não tá fácil essa indústria romântica, de que adianta sonhar com tantas coisas com alguém do seu lado e simplesmente não HÁ um alguém, simplesmente há o vazio, nem o interesse, apenas um vácuo com restos de um coração esmigalhado ecoando tão surdamente no seu ouvido que deixa a pessoa simplesmente louca, a ponto de realmente querer vomitar ao ver alguém sendo feliz com seu amorzinho.
Egoísmo? Inveja? Raiva? Medo? Tristeza?
Ainda tem dúvida? 
Me faça um favor, pra gente assim, só tem uma solução, o que achas de ir comprar mais uma carteira de cigarro ali?

Seguir em Frente: Recomeçar.

 Tudo acabou em uma praça de alimentação, uma explicação meio "chula", um "Sinto muito" frio e nem um pouco arrependido e então costas, costas se afastando, costas largas que um dia amou, é, abaixou a cabeça no mármore frio da mesa e muitas coisas se passaram pela sua cabeça, e como aquele momento, que deveria ser um reconciliação, se tornou num dos piores da sua vida. Parou e analisou: Afogada em um trabalho de Merda, estudando um curso de Merda, pensamentos realmente obscuros e bem ali, ele fez questão de botar a cereja que faltava no seu bolo de frustrações.

"Por que isso? Como diabos isso foi acontecer? Quando que eu errei no meu caminho?"

Bem, se levantou meio morta, meio caída, se sentia despedaçada, rasgada e sangrando, claro, tudo internamente, sentia como se seu tapete tivesse sido tirado tão rápido que ela apenas se sentiu caindo mesmo neste instante, e caía, caía sem parar, nem mesmo encontrava um fim do poço que havia se metido, se arrastou até o muquifo que chamava de casa, olhou ao redor, ainda precisava decorar, casa fria e sem graça, é refletia bem a moradora, se jogou na cama e chorou, chorou tudo o que podia, chorou até que não houvesse mais líquidos no seu corpo, bem algo tinha de mudar, algo clareou na sua mente. uma palavrinha chegou pequena, com gosto estranho e exótico, mas tão bonita e cheia de esperança, hmm... "Recomeçar"

Para recomeçar deveria saber o que queria fazer, se levantou, pegou uma folha e uma caneta e foi se sentar na mesa da cozinha, se serviu de um copo d'água, beliscou um pedaço e pão e se sentou.

"Bem, o que eu quero?" escreveu no papel, e começou a listar uma série de coisas que havia imaginado para si, desde viagens, a trabalho dos sonhos, escreveu o que queria ser, e então parou, analisou e traçou na sua mente o caminho que deveria seguir para obter tais desejos e claro, passou para o papel, e sorriu com o resultado que havia obtido, bem, nada era impossível, era meio difícil, iria requerer sacrifícios, mas bem, valia a pena, afinal, era a sua felicidade em jogo, certo?!
 Sorriu e se permitir alegrar com seu mais novo objetivo, no dia seguinte haveria de pedir demissão de seu trabalho e também daria entrada no cancelamento do seu curso, pegou o jornal e procurou os anúncios de emprego, hmmm, que gostinho bom de Re-começar.